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Crítica: Suprema (2019)


Crédito: divulgação
Suprema é um filme baseado em fatos reais que conta a vida de Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte americana. Sua história contada nas telonas foca nos fatos que antecederam esse status de autoridade em seu país, quando ela acabara de ingressar na Escola de Direito da tradicional Universidade de Harvard.

Sua estreia no Brasil não poderia ser em melhor período. Logo no mês que celebra o Dia Internacional da Mulher (08/03). 

Ela foi uma das poucas alunas mulheres da sua classe da Escola de Direito de Harvard, na metade do século passado. Ela é muito decidida e sabe se impôr,mesmo que as atitudes machistas dos professores e colegas tentem diminuí-la. Além de estudar, ainda cuida da casa e da filha recém-nascida. No seu lar, seu marido, Martin Ginsburg, e ela dividem igualmente as tarefas do dia a dia, como cuidar da filha e da casa.

A atmosfera de luta para ser reconhecida como igual aos alunos homens de sua sala logo é interrompida pela descoberta do câncer de seu marido, interpretado por Armie Hammer. O foco de repente muda para o grande esforço da esposa, que passa a fazer os seus trabalhos da faculdade e também ajuda a datilografar os de Martin, que está no segundo ano de Direito.

Depois disso, o ritmo é acelerado. O filme peca em não mostrar em cena as dificuldades que a personagem encontra para conseguir se formar e trabalhar na área. Ele falha em mostrar apenas pequenas cenas em que os professores a discriminam ou fazem piadas machistas. Opta por deixar que a protagonista conte por sua fala o que ela sofreu, em vez de mostrar na tela e emocionar o público com as cenas de rejeição.

Reprodução
A narrativa, no final das contas, é para mostrar o maior desafio da carreira de Ruth: defender um cliente que foi impedido pela lei de pagar seus impostos por ser homem. Ele era cuidador de sua mãe, uma função que a lei percebia como sendo somente feminina. Esse caso é a sua grande oportunidade de combater a discriminação de gênero, que abriria uma oportunidade para mudar o pensamento dos que faze a lei e beneficiaria tanto homens quanto mulheres no futuro.

É uma grande oportunidade para Ruth, que saiu da Universidade direto para a sala de aula, para ser professora. Ela não conseguiu exercer sua profissão porque nunca deram uma chance a ela.

Crédito: WikiCommons

  Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte americana
O filme é muito bom. Ele foca bastante nos problemas da família Ginsburg. Mãe e filha não se dão bem. A esposa se sente frustrada pelo marido ter sucesso na carreira e ela, não.Isso tudo é importante para mostrar como os ressentimentos da protagonista são fortes e como o julgamento acaba por melhorar a sua vida e dar um propósito ainda maior. Atuação de Felicity Jones é bastante poderosa, porque ela mostra todo o seu talento por meio da personalidade forte e decidida de Ruth;

O grande dia chega. O dia do julgamento. A sua cena é exibida em sua totalidade, sem cortes. Isso torna a espera inquietante e emocionante, mas alguns termos do mundo jurídico e do direito podem confundir e desorientar o público. Mas nada que atrapalhe demais.
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Essa cinebiografia é bastante poderosa.O título em português mostra muito da essência, além de sinalizar que a personagem principal é membro da Suprema Corte dos Estados Unidos, mostra uma qualidade de Ruth, a de ter de ser suprema, que é definida no dicionário como aquela que está acima do restante.

As mulheres sempre têm que se mostrar mais competentes que o resto, que os homens, acima do resto, para alcançarem seus sonhos.Tanto as da metade do século 20 quanto as da atualidade. O filme dá esperança que tudo pode continuar a mudar para melhor.




Título Original: On the Basis of Sex

Diretor: Mimi Leder

Roteiro: Daniel Stiepleman

Elenco:  Felicity Jones, Armie Hammer, Justin Theroux

País/Ano:
Estados Unidos/2018

Distribuição: Diamond Films

Data de lançamento:
14 de março de 2019

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