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Crítica: No Portal da Eternidade | Pode não ser o filme que melhor aborda sua arte mas é certamente o mais pessoal




Título Original: At Eternety's Gate

Diretor: Julian Schnabel

Elenco: Willem Dafoe, Rupert Friend, Mads Mikkelsen, Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Oscar Isaac.

Duração: 110 minutos.

País/Ano: EUA, Reino Unido, França / 2018.

Distribuição: Diamond Films.



Não é a primeira vez que a vida de carreira do pintor Vincent Van Gogh é retratada em longa-metragem, seja no clássico Sede de Viver de 1956 onde o ator Kirk Douglas dá vida ao artista, ou até mesmo na recente animação Com Amor, Van Gogh que mesmo se passando após a morte do mesmo, se aprofunda de uma maneira sutil em sua vida. No Portal da Eternidade seguimos a vida de Vincent (que aqui é interpretado por Willem Dafoe), no que é considerado o auge de sua carreira: quando pintou seus quadros mais famosos, quando conheceu e fez amizade Paul Gauguin (interpretado no filme, por Oscar Isaac), e onde aconteceram fatos mais famosos de sua vida.

Oscar Isaac como Paul Gauguin / Divulgação: Diamond Films Brasil.

Devo confessar que não assisti outros filmes baseados na vida do pintor mas posso admitir que nesse, temos uma visão mais pessoal de sua vida que por diversos momentos somos colocados para ver as coisas de seu ponto de vista literalmente, a câmera nos coloca por diversas vezes, em primeira pessoa como se fossemos o próprio Van Gogh, seja em busca de uma paisagem para suas pinturas ou sua visão sobre pessoas que conheceu. Também, por diversos momentos, o seguimos em suas andanças pelas paisagens do interior francês acompanhados apenas de uma linda fotografia e da trilha sonora que aqui casam muito bem passando uma sensação de paz e solidão. Isso tudo, é claro, pode acabar sendo monótono para o público mais casual e desinteressado, pois diversos momentos ficamos apenas com o personagem na tela pintando com nada além de suas expressões e sentimentos enquanto pinta.

O filme em si não foca nos trabalhos e no mérito artístico de Van Gogh, ainda que seja sempre mencionado, o foco do filme aqui é o próprio protagonista e seu modo de ver o mundo desde a relação com seu irmão e com seus conhecidos, até seu ponto de vista sobre o mundo. Por muitos considero louco ou insano, toda a linguagem transmitida pelo o filme podemos compreender melhor o que o personagem passa que nada mais foi alguém como eu e você, por vezes perdidos e confusos com tudo que acontece ao nosso redor.

Divulgação: Diamond Films Brasil.

Se você já leu a lista de indicados ao Oscar desse ano, já deve saber que Willem Dafoe está indicado como Melhor Ator por esse papel, e eu não vou entrar em mérito se merece ou não o prêmio mas certamente merece a indicação por nos entregar toda a complexidade e ao mesmo tempo, toda  a humanidade de Vincent Van Gogh que até hoje intriga amantes de suas obras. Pode não ser o filme que melhor aborda sua arte, mas é certamente o mais pessoal que não deixa de lado seus trabalho  do qual tanto amava fazer.

Trailer:

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