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Crítica: O tradutor (2019)

Crédito da foto: divulgação

O tradutor se passa na Cuba do final dos anos 1980. Ele conta a história de Malin (Rodrigo Santoro), um professor universitário de literatura russa que tem sua vida mudada completamente quando é convocado para trabalhar em um hospital. Ele fica encarregado de traduzir as mensagens dos médicos e dos pacientes, que são crianças afetadas pela radiação do acidente nuclear de Chernobyl. A partir daí a sua rotina é virada do avesso. Malin se sente na obrigação de fazer tudo o que pode para diminuir o sofrimento das crianças e dos familiares que vieram da URSS.

O tradutor é a estreia de Sebastian e Rodrigo Barriuso dirigindo um longa metragem. Eles optaram por contar uma história real, sobre fatos que aconteceram com seus pais. Na coletiva de imprensa, em 21 de março, Rodrigo explicou que a influência dos tratados de Cuba com a União Soviética, em especial a ajuda oferecida pelos médicos para tratar das crianças com câncer, é uma parte marcante e memória viva do seu país.

A escolha do título Un traductor, na versão original,explica o diretor, é para salientar que Malin não foi o único que esteve envolvido na tradução nos hospitais, apesar do filme focar somente na história dele.

Rodrigo Santoro e Rodrigo Barriuso
Crédito da foto: Danielle Souza/Quarto Nerd

Malin, um homem de poucas palavras,  aprende a usá-las além da sala de aula ao sair de sua zona de conforto. Seu personagem se envolve muito com as crianças e isso é algo lindo de se ver desabrochar na tela. Seu trabalho no hospital, no entanto,passa a atrapalhar sua relação com seu filho e sua esposa, Isona (Yoandra Suárez), uma pintora famosa. Para somar ao clima, Cuba começa a dar sinais de crise com o declínio da União Soviética.

Quando Rodrigo Santoro leu o roteiro do filme não estava pensando em atuar, mas sim tirar um tempo de férias. Mas ao terminar a leitura soube que precisava participar do elenco, confidenciou ele ao público na noite de pré-estreia do filme, em 20 de março, no Conjunto Nacional. Um dos desafios citados por Santoro foi ter de atuar metade do filme em espanhol e a outra em russo. Apesar de não saber falar uma palavra em russo, o ator treinou muito suas falas nesse idioma com ajuda de professores.

O filme é muito bom e muito competente ao mostrar na tela todas as transições e mudanças que ocorrem tanto em Cuba, quanto na vida de Malin e sua família, com muito equilíbrio e sensibilidade.A narrativa flui naturalmente entre um conflito e outro.





Título:  O tradutor (Un traductor)

Direção: Sebastian e Rodrigo Barriuso

Roteiro: Lindsay Gossling

Elenco: Rodrigo Santoro, Maricel Álvarez, Yoandra Suárez

País/Ano: Cuba/Canadá /2018

Data de lançamento: 04 de Abril de 2019



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